A luta para barrar o avanço do Crack em Pelotas ganha mais combatentes. O grupo Mães contra o Crack, criado em outubro deste ano pela Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança da Câmara de Vereadores, contou com uma participação 30% maior em relação ao encontro anterior. O último encontro aconteceu ontem (terça-feira). As mães – em sua maioria matriarcas em famílias com usuários de Crack – definiram ações como uma visita ao Ministério Público para solicitar apoio ao principal anseio do grupo: a melhoria no tratamento dos usuários.
Segundo estimativa levantada pela ONG Central Única das Favelas (Cufa), em Pelotas existem cerca de sete mil usuários de Crack. O contingente de dependentes da pedra no Rio Grande do Sul pode chegar a 50 mil. Mas ainda é preciso buscar dados mais precisos sobre a epidemia do Crack.
A vereadora Miriam Marroni (PT), que é presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança do legislativo pelotense, recomendou na reunião a criação de um grupo – composto por cinco pessoas – para visitar o Ministério Público. A intenção é saber como é possível buscar formas mais eficazes de tratamento.
“Estamos vivendo uma epidemia. E para vencermos, temos de ir para guerra. E quem vai à luta, precisa conhecer o inimigo para obter êxito. Por isso este grupo foi criado.
O Mães contra o Crack une forças para buscar melhores políticas públicas para combater esta pedra, seja para a prevenção, seja para o tratamento. E quem vai para o front, para a batalha, são estas mulheres, que estão sofrendo na pele a destruição familiar causada por esta droga vendida como bala”, destacou a vereadora Miriam Marroni.
O grupo Mães contra o Crack fará também uma investigação sobre o número de psiquiatras nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em Pelotas, tentará marcar uma audiência com o executivo municipal para pedir a contratação emergencial de psiquiatras e clínico geral, e formas de atender os usuários da droga em leitos de hospitais gerais – para o tratamento de desintoxicação.
Histórias dramáticas
O encontro foi realizado no plenário da Câmara, onde as mães dividem as angústias que vivem com os filhos. As histórias se assemelham. São dramáticas. Todas aproveitaram o circulo de bate-papo, formado com cadeiras alocadas ao centro do plenário, para olhar nos olhos de outras mães, que narraram suas aflições de forma singular, mas não distantes entre si. Afinal, a causa de elas estarem ali sentadas é a mesma: o Crack.
No desespero, diversas mães contam que apelam para o encarceramento dos próprios filhos, buscando neste recurso desesperado manter o fruto do ventre em casa, longe da droga. Uma das mães, de 60 anos, que pede para não ter o nome revelado, relatou ao grupo o drama que vive há quase quatro anos, desde que um dos quatro filhos conheceu o Crack. Algum tempo depois, outro filho também foi acorrentado ao vício da pedra.
“Dos meus quatro filhos homens, dois estão perdidos com a droga. Um até fala que quer largar, o outro nem isso. Eu já tentei de tudo. É complicado. A mãe sofre, a família sofre. Precisamos de ajuda”, testemunhou a mãe.
A sogra de um viciado também luta por um tratamento digno ao genro. Aos 43 anos ela viu sua família ser destruída pelo efeito devastador do Crack. A filha dela acabou se envolvendo com a venda de entorpecentes e o casal está preso. Hoje, ela cuida de dois netos, uma menina de três anos e um menino de cinco.
“Ele era um homem forte. Ficou bem magrinho, perdeu uns 15 quilos. O Crack acaba com tudo. Acaba com as famílias”, lamentou a mulher.
Próximo encontro
Segundo estimativa levantada pela ONG Central Única das Favelas (Cufa), em Pelotas existem cerca de sete mil usuários de Crack. O contingente de dependentes da pedra no Rio Grande do Sul pode chegar a 50 mil. Mas ainda é preciso buscar dados mais precisos sobre a epidemia do Crack.
A vereadora Miriam Marroni (PT), que é presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança do legislativo pelotense, recomendou na reunião a criação de um grupo – composto por cinco pessoas – para visitar o Ministério Público. A intenção é saber como é possível buscar formas mais eficazes de tratamento.
“Estamos vivendo uma epidemia. E para vencermos, temos de ir para guerra. E quem vai à luta, precisa conhecer o inimigo para obter êxito. Por isso este grupo foi criado.
O Mães contra o Crack une forças para buscar melhores políticas públicas para combater esta pedra, seja para a prevenção, seja para o tratamento. E quem vai para o front, para a batalha, são estas mulheres, que estão sofrendo na pele a destruição familiar causada por esta droga vendida como bala”, destacou a vereadora Miriam Marroni.
O grupo Mães contra o Crack fará também uma investigação sobre o número de psiquiatras nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em Pelotas, tentará marcar uma audiência com o executivo municipal para pedir a contratação emergencial de psiquiatras e clínico geral, e formas de atender os usuários da droga em leitos de hospitais gerais – para o tratamento de desintoxicação.
Histórias dramáticas
O encontro foi realizado no plenário da Câmara, onde as mães dividem as angústias que vivem com os filhos. As histórias se assemelham. São dramáticas. Todas aproveitaram o circulo de bate-papo, formado com cadeiras alocadas ao centro do plenário, para olhar nos olhos de outras mães, que narraram suas aflições de forma singular, mas não distantes entre si. Afinal, a causa de elas estarem ali sentadas é a mesma: o Crack.
No desespero, diversas mães contam que apelam para o encarceramento dos próprios filhos, buscando neste recurso desesperado manter o fruto do ventre em casa, longe da droga. Uma das mães, de 60 anos, que pede para não ter o nome revelado, relatou ao grupo o drama que vive há quase quatro anos, desde que um dos quatro filhos conheceu o Crack. Algum tempo depois, outro filho também foi acorrentado ao vício da pedra.
“Dos meus quatro filhos homens, dois estão perdidos com a droga. Um até fala que quer largar, o outro nem isso. Eu já tentei de tudo. É complicado. A mãe sofre, a família sofre. Precisamos de ajuda”, testemunhou a mãe.
A sogra de um viciado também luta por um tratamento digno ao genro. Aos 43 anos ela viu sua família ser destruída pelo efeito devastador do Crack. A filha dela acabou se envolvendo com a venda de entorpecentes e o casal está preso. Hoje, ela cuida de dois netos, uma menina de três anos e um menino de cinco.
“Ele era um homem forte. Ficou bem magrinho, perdeu uns 15 quilos. O Crack acaba com tudo. Acaba com as famílias”, lamentou a mulher.
Próximo encontro
O próximo encontro das Mães contra o Crack deve acontecer em quinze dias. A data ainda não foi confirmada pelos organizadores.
“O objetivo é que cada vez mais mães e outras pessoas juntem-se a nós. Cada uma de nós tentará trazer mais uma mãe no próximo encontro. Juntas, somos mais fortes. Só assim, poderemos algum dia vencer esta guerra”, finalizou a vereadora Miriam Marroni, dirigindo sua fala às mães.