segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Guerra ao Crack


A luta para barrar o avanço do Crack em Pelotas ganha mais combatentes. O grupo Mães contra o Crack, criado em outubro deste ano pela Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança da Câmara de Vereadores, contou com uma participação 30% maior em relação ao encontro anterior. O último encontro aconteceu ontem (terça-feira). As mães – em sua maioria matriarcas em famílias com usuários de Crack – definiram ações como uma visita ao Ministério Público para solicitar apoio ao principal anseio do grupo: a melhoria no tratamento dos usuários.

Segundo estimativa levantada pela ONG Central Única das Favelas (Cufa), em Pelotas existem cerca de sete mil usuários de Crack. O contingente de dependentes da pedra no Rio Grande do Sul pode chegar a 50 mil. Mas ainda é preciso buscar dados mais precisos sobre a epidemia do Crack.

A vereadora Miriam Marroni (PT), que é presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança do legislativo pelotense, recomendou na reunião a criação de um grupo – composto por cinco pessoas – para visitar o Ministério Público. A intenção é saber como é possível buscar formas mais eficazes de tratamento.
“Estamos vivendo uma epidemia. E para vencermos, temos de ir para guerra. E quem vai à luta, precisa conhecer o inimigo para obter êxito. Por isso este grupo foi criado.

O Mães contra o Crack une forças para buscar melhores políticas públicas para combater esta pedra, seja para a prevenção, seja para o tratamento. E quem vai para o front, para a batalha, são estas mulheres, que estão sofrendo na pele a destruição familiar causada por esta droga vendida como bala”, destacou a vereadora Miriam Marroni.

O grupo Mães contra o Crack fará também uma investigação sobre o número de psiquiatras nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em Pelotas, tentará marcar uma audiência com o executivo municipal para pedir a contratação emergencial de psiquiatras e clínico geral, e formas de atender os usuários da droga em leitos de hospitais gerais – para o tratamento de desintoxicação.

Histórias dramáticas

O encontro foi realizado no plenário da Câmara, onde as mães dividem as angústias que vivem com os filhos. As histórias se assemelham. São dramáticas. Todas aproveitaram o circulo de bate-papo, formado com cadeiras alocadas ao centro do plenário, para olhar nos olhos de outras mães, que narraram suas aflições de forma singular, mas não distantes entre si. Afinal, a causa de elas estarem ali sentadas é a mesma: o Crack.

No desespero, diversas mães contam que apelam para o encarceramento dos próprios filhos, buscando neste recurso desesperado manter o fruto do ventre em casa, longe da droga. Uma das mães, de 60 anos, que pede para não ter o nome revelado, relatou ao grupo o drama que vive há quase quatro anos, desde que um dos quatro filhos conheceu o Crack. Algum tempo depois, outro filho também foi acorrentado ao vício da pedra.

“Dos meus quatro filhos homens, dois estão perdidos com a droga. Um até fala que quer largar, o outro nem isso. Eu já tentei de tudo. É complicado. A mãe sofre, a família sofre. Precisamos de ajuda”, testemunhou a mãe.

A sogra de um viciado também luta por um tratamento digno ao genro. Aos 43 anos ela viu sua família ser destruída pelo efeito devastador do Crack. A filha dela acabou se envolvendo com a venda de entorpecentes e o casal está preso. Hoje, ela cuida de dois netos, uma menina de três anos e um menino de cinco.

“Ele era um homem forte. Ficou bem magrinho, perdeu uns 15 quilos. O Crack acaba com tudo. Acaba com as famílias”, lamentou a mulher.

Próximo encontro


O próximo encontro das Mães contra o Crack deve acontecer em quinze dias. A data ainda não foi confirmada pelos organizadores.

“O objetivo é que cada vez mais mães e outras pessoas juntem-se a nós. Cada uma de nós tentará trazer mais uma mãe no próximo encontro. Juntas, somos mais fortes. Só assim, poderemos algum dia vencer esta guerra”, finalizou a vereadora Miriam Marroni, dirigindo sua fala às mães.

Juíza Nilda Stanieski recebe título de cidadã pelotense


Há muitas pessoas que criam raízes em cidades que não àquela em que nasceram. Tornam-se moradores que defendem com afinco o engrandecimento local, pessoal e profissional no município que escolheram para viver por um período ou mesmo para sempre. São muitas as histórias. Para algumas, uma justa homenagem faz-se necessária. Caso da juíza de Direito da 1ª Vara Criminal e Vara de Execuções Criminais de Pelotas, Nilda Margarete Stanieski, que recebeu o título de cidadã pelotense. A honraria foi entregue na noite de quinta-feira, na Câmara de Vereadores de Pelotas.

A indicação da homenagem à juíza foi feita pela Vereadora Miriam Marroni (PT). Além do protocolo, já conhecido da maioria, um vídeo contando um pouco da história de Nilda Stanieski emocionou quem estava no plenário da Câmara. Flores entregues ao fim da Sessão fecharam o rito de homenagens à nova cidadã pelotense.

“O título significa mais do que ser cidadão. É uma cidadã especial que se destacou na cidade de Pelotas. Um trabalho emocionante. De alguém que se dedica ao que faz. Esperamos que o rumor de que ela esteja indo embora de volta à capital acabe não se concretizando”, destacou a vereadora Miriam Marroni.

Trajetória

Antes de ancorar em Pelotas, a porto-alegrense Nilda Stanieski – que se graduou em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) – passou por diversos municípios gaúchos. A carreira profissional começou em Porto Alegre, onde trabalhou em advocacia empresarial. Depois, tomou posse como pretora da Comarca de Seberi, em 1987. No mesmo período atuou na Comarca de Porto Alegre, como juíza substituta no Juizado de Menores. Em Jaguarão, foi juíza de Direito Titular por oito anos. Tem no currículo o trabalho como juíza eleitoral em dois períodos – de 1989 à 1997 e 2001 e 2002. Acrescenta-se à trajetória, a atuação, desde 1997, como juíza de Direito da 1ª Vara Criminal e Vara de Execuções Criminais pelotense. Recentemente, foi promovida por antiguidade à entrância final.

A magistrada é pós-graduada em Direito Processual pela Unisinos. Tem ainda Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Pelotas e Doutorado em Direito Privado pela Universidade de Granada (Espanha). A juíza já compôs os corpos docentes dos cursos de Administração de Empresas e de Direito das Faculdades Atlântico Sul de Pelotas. Nilda participou de diversos cursos e seminários no Brasil e no exterior; recebeu múltiplos títulos, entre os quais o de cidadã Jaguarense.

“Eu trabalho pelo certo. É muito difícil esta carreira, pois você geralmente não é reconhecido. E este título, tem que ser agradecido do fundo do meu coração. Receber esta homenagem é muito emocionante. Ainda mais em um ambiente cheio de pessoas que admiro, e é a elas que dedico este título de cidadã pelotense.Pois tenho orgulho de estar aqui em Pelotas, lutando por uma vida melhor para os presos e, consequentemente, para a sociedade” , emocionou-se a juíza que encerrou respondendo a pergunta de todos (sobre a possibilidade de ir embora de Pelotas): “Eu fico”.

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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Governo Federal firma parceria com municípios gaúchos


Municípios do Rio Grande do Sul formalizaram ontem (quinta-feira), em Porto Alegre, a adesão ao termo de cooperação técnica ao Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. O ato, que neste primeiro momento contou com a assinatura de pelo menos 16 prefeituras gaúchas, foi realizado durante o Fórum Estadual sobre Gestão de Políticas Públicas para Mulheres nos Municípios, no auditório da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). A vereadora Miriam Marroni (PT) representou o legislativo pelotense.

Participaram do encontro prefeitos e gestores de políticas públicas para mulheres nos municípios. O auditório da Federação ficou lotado. O Pacto tem como objetivo prevenir e enfrentar todas as formas de violência contra as mulheres.

“Com esta parceria com os municípios do Rio Grande do Sul, vamos impulsionar ainda mais o Pacto”, comemorou a Ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM).

“Hoje temos estatísticas que mostram que as mulheres são mais escolarizadas. Entretanto, a disparidade salarial continua, pois sofremos ainda com a barreira do preconceito e da discriminação à mulher”, falou a vereadora Miriam Marroni.

Até agora, 20 estados da união já aderiram ao Pacto. Outros dois têm data marcada para a formalização. O governo do Estado do Rio Grande do Sul, entretanto, ainda não apresentou intenção de adesão. Por isso, a parceria feita diretamente com os municípios.

“A falta do papel articulador do estado é um problema, não há dúvida. Mas não significa que não vamos conversar diretamente com as prefeituras municipais”, falou a ministra.

O Pacto é uma iniciativa do governo federal. Consiste no desenvolvimento de um conjunto de ações, direcionadas, prioritariamente, às mulheres rurais, negras e indígenas em situação de violência, a serem executadas até 2011. O Pacto divide-se em quatro áreas de atuação: consolidação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e Implementação da Lei Maria da Penha; combate à exploração sexual e ao tráfico de mulheres; promoção dos direitos sexuais e reprodutivos e enfrentamento à feminização da Aids e outras DSTs; e promoção dos direitos humanos das mulheres em situação de prisão.

“As mulheres acumularam durante os anos desvantagens devido ao preconceito e a discriminação. Desta forma, é preciso criar políticas e estratégias específicas para frear as diferenças. Se não fizermos isso, podemos ser perpetuadas com esta desigualdade”, completou a ministra.

No site do governo federal é possível ter acesso ao Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e acompanhar o quadro de adesão de estados e municípios.

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