domingo, 12 de dezembro de 2010

Miriam Marroni denuncia violação dos Direitos Humanos em presídio local e recebe Maria do Rosário em audiência pública

Proposta pela vereadora e Deputada Estadual eleita, Miriam Marroni (PT), a audiência pública em comemoração ao aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, na tarde da última sexta-feira (10), teve formato inovador - como um programa televisivo de auditório - e lotou o Plenário da Câmara de Vereadores de Pelotas. Para Miriam, a inovação mostra que o tema dos Direitos Humanos pode - e deve - ser tratado com maior proximidade, menos formalidades, que normalmente há entre uma mesa composta de autoridades e o público. "Essa sala de visitas tem a intenção de nos aproximar. Além de mostrar que os Direitos Humanos são um assunto a ser tratado com naturalidade no nosso cotidiano", explicou Miriam. Para a vereadora, assim a indignação à violação dos direitos humanos será inserida na cultura geral, com o objetivo de reduzir as desigualdades sociais, discriminação e preconceito.


Saúde, educação, crack e presídios foram alguns dos temas abordados. O destaque e a principal pauta levantada foi a luta pela educação de turno integral. Muitos representantes de órgãos e entidades puderam fazer suas manifestações referentes ao tema. Na sala de visitas, tiveram uma conversa franca com Miriam e o público presente.

A deputada federeal e futura ministra da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, se atrasou devido a agendas anteriores na Capital. Quem ficou para recebê-la, não se arrependeu. Por cerca de meia hora, ela falou da felicidade de estar em Pelotas, junto de Miriam e do colega Fernando Marroni (PT), que, segundo ela, representa a cidade e a região com tanto amor na Câmara dos Deputados. "Estou muito emocionada e feliz. Esta é minha primeira participação pública depois do anúncio que assumirei como ministra. Também parabenizo minha amiga Miriam pelo seu trabalho de que me orgulho tanto e pelo Marroni ter conseguido a vaga tão merecida. Por tudo isso, já fica aqui firmada a nossa parceria".
Após falar sobre as políticas públicas implantadas pelo Lula na área dos Direitos Humanos, dos desafios e da missão confiada pela presidente eleita, Dilma Rousseff, Maria se despediu com um voto de confiança. "Preciso de cada um de vocês em cada momento deste novo trabalho". Miriam finalizou agradecendo e presenteando-a com um dos principais símbolos da cidade. "Para um doce coração, doces de Pelotas".

Denúncia de violação dos Direitos Humanos: momento de indignação

Durante a audiência que durou mais de quatro horas, um momento indignou o público. A integrante do grupo Mães contra o Crack, Gracinda Feijó, contou que durante a operação "pente fino", realizada ontem (9) no presídio regional de Pelotas, cerca de 20 mulheres - entre elas a sua filha - foram revistadas e tiveram de ficar nuas em frente de aproximadamente cem homens, entre policiais militares e agentes penitenciários. "Cinco policiais mulheres fizeram a revista, mas as detentas tiveram de ficar nuas em frente a uma centena de homens. Isso é muito humilhante. Milha filha errou e está no semi-aberto pagando pelo seu erro. Não é humano ter de ainda passar por um constrangimento desses". Ela ressaltou que a filha, depois de contar o ocorrido, chorou a manhã inteira. A vereadora Miriam informou que na próxima segunda-feira, fará uma denúncia oficial para que se abra uma sindicância para investigar o caso e para que as devidas providências sejam tomadas. O depoimento de outras duas mães, integrantes do movimento, emocionou as pessoas que prestigiavam o debate.

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