terça-feira, 13 de julho de 2010

Crimes contra mulher assustam cada vez mais

A vereadora Miriam Marroni (PT) se preparou para falar no Grande Expediente, da sessão desta terça-feira (13), sobre a violência doméstica. Mas a polêmica do Pronto-Socorro, o aniversário de duas décadas do Estatudo da Criança e do Adolescente (ECA) e a reivindicação de moradores do terreno ao lado do Parque da Baronesa por um prazo maior para a desapropriação da área onde será construído um campus do Parque Tecnológico (Tecnosul) acabaram demandando todo o tempo disponível.


Com sua marcante atuação em temáticas dos Direitos Humanos, principalmente da discrimanção de gêneros e a violência doméstica sofrida pelas mulheres, a vereadora lamenta a mais recente morte de uma mulher, vítima do seu próprio companheiro na manhã de segunda-feira (12). Esse já é o terceiro assassinato deste ano, somente em Pelotas. Outras duas mulheres foram mortas em janeiro e março. "São três mortes somente na cidade e outros dois macabros crimes de grande repercussão nacional neste ano. E as vítimas são das mais diferentes classes sociais. É preciso dar um basta na violência contra a mulher".

Segundo levantamento estatístico feito pela vereadora, a cada quatro minutos uma mulher é vítima é agredida pelo seu marido ou companheiro, o que representa 43% das mulheres sofrem violência doméstica. "E a cada 100 mulheres assassinadas, 70 são mortas por um homem da família, normalmente por motivo passional".

De acordo com o Mapa da Violência no Brasil 2010, elaborado com base em dados do Sistema Único de Saúde (Datasus), nos últimos 10 anos, 10 mulheres são assassinadas no Brasil por dia. É claro que elas morrem em número e proporção bem mais baixos do que os homens, representando apenas 8% das vítimas desse tipo de crime. Mas o nível de assassinato feminino no Brasil fica acima do padrão internacional.

No Brasil, são registradas 4,2 mortes de mulheres a cada 100 mil habitantes. Esse número é oito vezes maior que nos países europeus, onde os índices não ultrapassam 0,5 caso. O maior índice é da África do Sul, com 25 assassinatos a cada 100 mil habitantes.



Cronograma assustador:


PELOTAS, FRAGATA

31 de janeiro: Renata da Silva Bas Galupe, 23 anos, e Maria Eduarda Bas Galupe Rosa, de apenas três anos, foram mortas a facadas por um jovem de apenas 19 anos, ex-marido e pai, respectivamente, das vítimas.



PELOTAS, TRÊS VENDAS

11 de março: Evaldina Alves Specht, 37 anos, foi morta a tiros pelo marido, Aureo Anselmo Specth, 44 anos, dentro da própria casa, na frente do filho de seis anos, que saiu correndo de casa chamando por socorro. O autor dos disparos, em seguida, se suicidou.



SÃO PAULO

- 23 de maio: a advogada Mércia Nakashima, 28 anos, desaparece. O corpo é encontrado dia 5 de julho. Ex-namorado diz ter matado por ciúmes. Segundo a polícia, crime foi planejado um mês antes.



RIO DE JANEIRO

- 9 de junho: Eliza Samudio, 25 anos, desaparece. Restos do corpo ainda não foi encontrado, nem deverão ser. Segundo depoimentos, ele foi esquartejado e partes dele foi jogado para cães comer e o restante queimado. A morte teria ocorrido porque a garota queria que o jogador assumisse a paternidade do filho de quatro meses. Polícia investiga queima de arquivo por ela ter conhecimento de detalhes de envolvimento do suspeito com o narcotráfico. Segundo a polícia, se trata de outro crime premeditado.



PELOTAS, AREAL

- 12 de julho: Aline Specht Lima, 31 anos, foi morta pelo namorado na manhã de ontem. Foi alvejada por disparos de arma de fogo. Suspeito alega acidente, mas depoimentos não fecham com a perícia da cena do crime. AREAL, PELOTAS.

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