quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mães contra o Crack: a voz que não pode calar



O Grupo Mães contra o Crack não para de crescer. Cada vez mais o movimento atrai pessoas diretamente ligadas com a epidemia que destrói milhares de jovens e famílias pelotenses. Não apenas mães, mas pais, avós e irmãos das vítimas dessa doença crônica também estão botando a "cara a tapa" para buscar ajuda. E a voz, ainda tímida e envergonhada, desses familiares desesperados não pode silenciar.

Para a vereadora e coordenadora do grupo, Miriam Marroni (PT), o encontro que lotou o Plenarinho da Câmara de Vereadores, na quarta-feira (28), foi dividido em três momentos distintos. Logo no início, o médico Élio Dornelles se apresentou como voluntário da causa que ele tomou conhecimento pela imprensa. "Venho colocar o meu trabalho a disposição, voluntariamente, a essas mães que chegam a adoecer pelo sofrimento causado pela situação que estão vivendo", comentou.



Ele ofereceu exames básicos para a realização de um chek-up (hemograma, glicemia, hepatite, HIV, sífilis, urnia e fezes). "A mãe é aquela que dá apoio incondicional aos filho em qualquer situação que ele se encontre. Por isso, ela precisa - e merece - estar com a saúde em dia para ter força e continuar sua luta pela cura desse mal".




Em seguida, o debate se deu a respeito do serviço prestado no município e de sua incapacidade de dar conta da demanda, pela insuficiência de leitos e profissionais. O grupo trocou informações, experiências e tirou dúvidas com uma enfermeira representante do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD).




Após, novas voluntárias também se apresentaram para contribuir com o trabalho, por meio de seus conhecimentos na área de psicologia e artesanto para, num próximo encontro, realizar oficinas de fortalecimento da autoestima dessas mães.



Novos depoimentos
O terceiro e mais emocionante momento foi o de apresentação de novos integrantes. "É gratificante ver que cada vez mais pessoas estão deixando seu sofrimento solitário para procurar ajuda. Os quatro novos casos foram ouvidos com atenção por todos os participantes que, de acordo com suas experiências, contribuiram com diversas informações relevantes. A reunião foi extremamente produtiva no sentido dos encaminhamentos realizados". O movimento, criado em outubro do ano passado, luta para pressionar o poder público por políticas de saúde específicas ao tratamento de viciados e também colabora como forma de terapia para essas mães que encontram ajuda e conforto umas com as outras por meio da troca de suas experiências.

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