A presidente da Comissão de Direitos Humanos, Miriam Marroni (PT), encaminhará por escrito, à assessoria jurídica da Câmara de Vereadores, a solicitação para instaurara uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pronto-Socorro. Para a vereadora, esse é o único instrumento que obriga a realização de um relatório completo - e que tem prazo de conclusão - para investigar por que sobrou R$ 21 milhões no primeiro trimestre, ao mesmo tempo que a saúde pública local vive uma de suas piores crises, a ponto dos médicos ameaçarem paralisação por falta de condições de trabalho e salários dignos.
A polêmica trazida à tona em audiência pública realizada na Casa do Povo, na segunda-feira (12), e amplamente divulgada nos veículos de comunicação nesta terça (13), aponta falta de leitos e superlotação; falta de medicamentos, materiais básicos de primeiros socorros e equipamentos como desfibrilador e nebulizador; além do estresse e insatisfação dos médicos com os salários de R$ 2,4 mil, enquanto que cidades do mesmo porte chegam a oferecer o dobro pela mesma jornada de trabalho. No último concurso feito pela prefeitura, foram oferecidas 40 vagas, mas apenas 17 profissionais se inscreveram.
"Problemas sempre existiram na saúde pública, mas nunca vi uma crise como essa, um descaso total com a população, a ponto de os próprios médicos ameaçarem fazer paralisação". Miriam afirmou que não se trata apenas de saúde, mas sim de risco de morte. "O Pronto-Socorro é um lugar para atendimento de urgência e emergência de ricos e de pobres, que deveria ser o mais bem aparelhado para suprir todas as demandas. É a vida das pessoas que está em jogo".
A vereadora indaga ainda onde estão as UPAS que, em tantas outras cidades, já estão em funcionamento. "Há verba do Governo Federal para melhorias. O problema é de administração por parte da prefeitura, que é gestora desses recursos. E é justamente isso que precisamos esclarecer", anunciou a parlamentar.
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