quarta-feira, 25 de maio de 2011

Miriam fala do abuso sexual na tribuna e em audiência pública de Canoas no dia do combate ao abuso de crianças e adolescentes


Somente a escola, com um conteúdo programático voltado às mudanças dos modelos culturais de poder, pode fazer regredir as estatísticas referentes à violência sexual de crianças e adolescentes. A opinião é da deputada Miriam Marroni (PT), que ocupou a tribuna no último dia 18 para lembrar a passagem do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

“Os números do abuso sexual na infância e adolescência são assustadores, principalmente quando são identificados os agressores”, comentou. Levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef – mostrou que em 21,7% dos casos, o agressor é o próprio pai, em 16,7% é o padrasto e em igual porcentagem, o vizinho. “O mais chocante é que a violência parte de quem também concede afeto, tem uma vida normal, é mais um cidadão”, lembrou. À noite, a parlamentar fez parte da mesa na audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Canoas para discutir o tema. O debate foi proposto pelo vereador Almiro Rodrigo Gehrat (PT), o Cebola.

Respeito - Nesse universo em que as meninas são as maiores vítimas – 83,96% dos casos de abuso sexual - o grande vilão, na opinião da deputada, é o modelo cultural que cobra posturas de “machão” e exacerba a questão da sexualidade masculina. “Quem pode auxiliar no rompimento desse modelo perverso é a escola, pois é ela que recebe 98% das crianças brasileiras por, pelo menos, quatro horas por dia. Iniciativas que sensibilizem para a educação em direitos humanos e articulem o respeito à vida, ao outro, às diferenças de gênero, étnicas, geracionais, de orientação sexual, política e religiosa são preponderantes para a construção do ser humanos”, defendeu.

Data - O 18 de maio foi escolhido como data referencial para a questão da violência sexual contra crianças e adolescentes em razão de crime ocorrido em Vitória, no Espírito Santo, em 1973. A menina Araceli Crespo, de 8 anos, foi espancada, violentada e assassinada, mas seus assassinos até hoje não foram punidos.

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