sexta-feira, 15 de julho de 2011

Pelotas discute mobilidade urbana em seminário

O 1º Seminário de Mobilidade Urbana de Pelotas lotou o auditório do Sest/Senat na sexta-feira passada (8). Envolvida há cerca de um ano para possibilitar a realização do evento, a deputada estadual Miriam Marroni (PT) integrou a mesa de abertura e recebeu uma homenagem especial, com o recebimento de um buquê de flores, por ter articulado a participação do professor PhD em Transporte e presidente da rede global Embarq, no Brasil, Luis Antônio Lindau.


O especialista destacou, pela manhã, a necessidade de solucionar o caos do trânsito não apenas nas metrópoles, mas também já em cidades de médio porte, como Pelotas, por exemplo. Para isso, é necessário investir no desistímulo ao uso do automóvel, melhoria do transporte coletivo, ampliação dos espaços destinados ao uso da bicicleta para atingir a meta de uma cidade sustentável. “A solução é implantação do BRT (sistema de ônibus de grande capacidade que circulam por corredores exclusivos de alta velocidade com catraca externa), que é a união de tudo de bom do transporte ferroviário, mas sobre rodas”, explicou Lindau.

Já à tarde, ao fazer um resumo da história do transporte coletivo que culminou, nos dias atuais, no caos urbano, o arquiteta e urbanista Edson Marchioro, confirmou que a única alternativa é mudar esse modelo em que de cada 10 veículos, pelo menos oito, circulam apenas com o motorista. “Essa situação não é obra do Espírito Santo, mas sim do homem. Agora é necessário mudar a cultura, dando prioridade à bicicleta, ao pedestre e ao transporte coletivo. Técnicas de solução existem, como os BRTs, mas para isso é fundamental a decisão política para reverter esse quadro. Não se trata de um gasto e custo, mas sim de um grande investimento na qualidade de vida das pessoas”, avaliou Marchioro.

O Seminário terminou com a palestra motivacional do consultor da empresa Soluções Inteligentes em Negócios (SIN Brasil) e professor da Unisc, Pedro Roberto Blos Sobrinho. Para a parlamentar, o evento foi essencial para elencar os problemas locais, compartilhados por tantas outras cidades do país e do mundo; provocar nas autoridades de que este é o momento de buscar alternativas de reversão do caos vivido e apresentar as possíveis soluções que dependem da vontade política para serem executadas. “Pensar a mobilidade urbana é mais que tratar apenas de transporte e trânsito. É pensar a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, conclui Miriam. Os organizadores pretendem agora dar continuidade nas articulações com a intenção de pressionar o Poder Executivo para que haja a elaboração de um plano de mobilidade por uma assessoria externa, bem como trabalhar para a realização da segunda edição.

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